segunda-feira, 15 de novembro de 2010

10 da vez: Olhos rubros

Tá aí a redação que eu prometi. O gênero textual trabalhado era Conto de Terror e haviam duas propostas. Eu escolhi uma que possuía uma imagem e a partir dela, produzir um texto. O resultado tá aí.


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Ali estava eu, naquela reunião satânica. A jovem e bela donzela estava no leito de pedra, aprisionada por correntes. Ela se contorcia loucamente, tomada pelo medo. A agonia em seus olhos perfurava-me como um punhal. Para falar a verdade, o punhal seria menos doloroso.

Fitei o livro que estava aberto em minha frente. Dele emanava um poder vindo das sombras: era magia negra, se era! O encantamento maldito penetrava em meus olhos e se entranhava em minha mente. Eu me sentia instigado a ler, mas lutava para não fazê-lo. Era a luta entre o bem e o mal dentro de mim.

- Faça logo, meu jovem. É o preço que se paga para aderir a esta seita. Faça, ou o destino que seria dela pertencerá a você. - alertou-me o ancião de vestes negras que estava do outro lado da sala. Sua voz era uma lâmina a cortar o ar.

- Farei, ó mestre. - eu não tinha mais saída, era matar ou morrer. Recitei as palavras malignas do livro. A medida que a vida se esvaía da moça, eu sentia um novo vigor dentro de mim, junto a uma fome de morte. Meus olhos queimavam. Assim que terminei com o feitiço, a jovem parou de se contorcer, sua tez lívida indicando que ela estava morta.

- Muito bem, meu caro rapaz. Seus olhos, agora, brilham rubros como os nossos. Seja bem vindo. Deixemos o sacrifício e vamos para a nossa sala de reuniões.

Os membros da seita dirigiram-se para a outra sala. Resolvi ficar e dar uma olhada naquele frágil corpo que jazia em minha frente antes de ir. Foi uma pena matá-la, mas eu não me arrependia. Beijei a texta fria e soltei um longo suspiro conformado:

- Adeus, irmã.

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