quinta-feira, 25 de novembro de 2010

to see the sunlight again


Essa cela me deprime. Tudo é escuro, não há cor, o sol nem ao menos nasce para mim. Não me acostumei com isso, embora conviva neste ambiente há quase dez anos. Eu sempre espero pelo dia em que irei sair e fazer justiça com minha próprias mãos. Há um tirano no trono e ele precisa ser detido. Quantos inocentes pagaram com a vida por uma nação livre e até hoje não receveram o que merecem. Esses ao menos estão longe deste tormento, em algum lugar. Não direi céu, porque não acredito que ele exista.

O fato é que eu continuo preso aqui. Calado, isolado, sufocado. Não posso gritar, eles vão adiar por mais tempo a minha estadia: qualquer coisa é desculpa para manter-me aqui. Eles sabem que eu significo perigo para o "tão amado" rei, eles sabem. Eu poderia ir até o precioso palácio e matá-lo com minhas próprias mãos. Mas eu estou fraco.

A comida que eles me entregam, um nojo. Meu próprio corpo não aceita, renega, vomita tudo depois. Os guardas não se importam, para eles tanto faz. São mercenários vagabundos, enquanto o rei estiver pagando a eles, farão o que aquele déspota manda. Não possuem alma, não veem como o povo sofre, querem apenas o dinheiro.

Eu sei que lá fora as pessoas estão assustadas. Antes de o antigo rei ser assassinado e seu trono assumido pelo tirano que agora governa, todos viviam em paz, a terra florescia, as pessoas sorriam. Havia justiça e respeito. Todos amavam o bondoso governante. No entanto, o terror fora instaurado e ninguém nunca mais se atreveu ao dar nem ao menos um pequeno sorriso.

Não me pergunte como venho sobrevivendo, é algo que até hoje me pergunto. Talvez a esperança de que um dia tudo volte a ser como era antes me mantenha vivo. Talvez haja em mim algum tipo de força que, como eu, resiste a essa injustiça. E por enquanto eu espero. Porque eu sei que um dia eu verei a luz do sol de novo. E nesse dia tudo voltará a ser como era antes.
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Acho que dessa vez fui bem forte. Mas acho que consegui passar a mensagem que eu queria. Esse personagem que construí simboliza a esperança que todos nós nunca deveríamos perder, por mais difícil e impossível que a situação pareça. Porque se nem preso e quase morto, o homem não perde a esperança de ver seu país livre de novo, por que nós devemos perder a esperança diante de problemas tão simples quanto o que nos ocorre?

Esse texto foi escrito há mais ou menos um mês, quando eu estava estudando as diferentes formas de governo em filosofia. Aristóteles foi mais científico nesse estudo e definiu as seis formas de governos mais comuns: os três governos bons e suas devidas degenerações. A tirania é a degeneração da monarquia. Quando vi isso, pensei que daria uma boa história. Tá aí.

2 comentários:

Anônimo disse...

http://dlivros.blogspot.com/2010/12/herois-do-olimpo-1-o-heroi-perdido-rick.html
aaah mlr, entra ai.'!!!
o rick riordan lançou outra coleção com o percy (L)(L)(L)
*louca pra ler*

Suzanna Rani disse...

o texto é bem reflexivo. eu simplesmente adorei (: você escreve bem, valéria :D
sucesso